Na edição desta semana:
- Modernizando o setor de seguros
- Folhagem de outono brilhante
- Seca na Amazônia
Conteúdo produzido e compartilhado pela Planet. Você pode consultar a versão original, em inglês, no Medium!
Se você conseguiu continuar lendo depois da palavra “seguro”, parabéns! Falar sobre o setor de seguros geralmente esgota uma conversa mais rápido do que um trocadilho inoportuno. Mas olhe além dos termos pouco inspiradores como “sub-rogação” e “cancelamento pró rata” e o que você encontrará é um cenário verdadeiramente fascinante de risco provável. E embora não vamos nos prender a muitos detalhes aqui, a mudança na forma do seguro conta uma história condenatória, mas convincente, que vale a pena compartilhar.
O trabalho das seguradoras, grosso modo, é proteger financeiramente indivíduos e empresas, avaliando e gerindo o risco da incerteza. É uma indústria que oferece salários confortáveis e empregos seguros, mas todo o seu negócio consiste na medição e quantificação do caos. O problema é que as seguradoras estão lutando para acompanhar o ritmo vertiginoso das alterações climáticas, dos fenômenos meteorológicos extremos e das condições macroeconômicas. Mas não acredite apenas na nossa palavra, acredite na deles. A crise climática lançada no sistema de seguros é tão preocupante que o custo do resseguro, ou do seguro que as seguradoras adquirem para proteção, disparou.
O seguro atua como um sinal de risco. Quanto mais arriscado for um ativo ou propriedade, maior será o preço. Esta é uma troca que vale a pena para muitos proprietários. Uma vista para o mar traz uma probabilidade de risco para o oceano, e é por isso que as casas construídas em áreas propensas a desastres como Califórnia, Louisiana e Flórida pagam por uma cobertura mais elevada. Mas as catástrofes relacionadas com as alterações climáticas estão tornando-se mais graves, frequentes e generalizadas, o que está a aumentar as taxas de seguro e a complicar os mecanismos de fixação de preços do mercado. Isso é uma má notícia para o planeta e também para os nossos bolsos.
Prevê-se que os prêmios de seguros que cobrem incêndios florestais, ventos e inundações para dezenas de milhões de propriedades nos EUA aumentem. Mas uma coisa é pagar um preço de seguro mais alto e outra é perdê-lo totalmente. O clima tornou-se tão volátil que o mercado declara que alguns locais são demasiado arriscados para serem segurados, o que coloca indivíduos e empresas num estado cada vez mais vulnerável. Para os proprietários que tentam sobreviver, esta é uma ameaça existencial. Mas é apenas o começo. As áreas não seguráveis só se espalharão à medida que as alterações climáticas continuarem a afetar maiores porções do mundo.
A maioria das seguradoras eliminou as inundações dos seus planos há uma década, e duas grandes empresas decidiram parar de redigir novas apólices para residências na Califórnia este ano. Subjacente ao problema está um déficit de dados confiáveis. Um estudo concluiu que 39 milhões de casas no território continental dos EUA estão sobrevalorizadas, uma vez que o risco climático não foi devidamente contabilizado. Dados precisos e atualizados são essenciais para uma indústria baseada no cálculo de probabilidades e na medição de riscos. Faria sentido, então, reunir o máximo de informações precisas possível.
A indústria seguradora está à procura de novas ferramentas para superar os incríveis desafios colocados pelas alterações climáticas. Um que é universalmente considerado um divisor de águas são os modelos e serviços alimentados por dados de satélite. Na verdade, num inquérito recente realizado pela Planet com cerca de 100 profissionais de seguros, 97% relataram que as tecnologias de satélite são um instrumento importante que pode ser utilizado para gerir ou mitigar riscos. Com conjuntos de dados globais que relatam tudo, desde o conteúdo de água do solo até a temperatura da superfície terrestre, os satélites são capazes de informar às seguradoras residenciais quais áreas são mais propensas a secas e incêndios florestais e fornecer às seguradoras agrícolas os riscos de rendimento das colheitas.
Os modelos são, obviamente, imperfeitos. E nenhum conjunto de dados pode prever com segurança todos os eventos climáticos extremos. Mas, no rescaldo de uma catástrofe, os relatórios de danos elaborados com base em dados de satélite de alta resolução podem mapear o grau dos danos causados. Após ajudar nos esforços oportunos no terreno, estes mesmos conjuntos de dados poderiam mais tarde ser utilizados para ajudar financeiramente as pessoas afetadas. Por exemplo, as seguradoras poderiam utilizar esta imagem de telhados danificados após uma forte tempestade de granizo no sul da Alemanha para avaliar os danos e verificar os sinistros.
Calcular as probabilidades e o custo da ameaça mais complexa e prejudicial ao planeta não é uma tarefa fácil e certamente não é uma tarefa alcançada apenas pelas companhias de seguros. Mas preços de seguros precisos dão aos compradores um sinal informado da responsabilidade dos seus ativos e fornecem fundos de forma mais eficiente quando ocorre um desastre. O seguro não destruirá a hidra climática, mas fornecerá alguma armadura para suavizar seus golpes.
Mudança da Semana: Folhagem de outono no hemisfério norte
É aquela breve época do ano em que o ar fica fresco e todo mundo finge que as sementes de abóbora torradas têm um gosto bom (não têm). Mas para os satélites, a característica mais notável do outono é obviamente a mudança nas cores das árvores. A cascata apenas começou a descer pelo hemisfério norte e esperamos uma folhagem fabulosa nas próximas semanas, então informe-nos se houver algum local que você gostaria particularmente de ver e daremos uma olhada.
Vigilância Climática: Seca na Amazônia
A seca extrema na Floresta Amazônica transformou as águas tipicamente negras do Rio Negro em um marrom ressecado e lamacento. É uma sentença de morte para um ecossistema definido pela umidade. Dezenas de botos e milhares de peixes foram encontrados mortos e 42 dos 62 municípios da região do Amazonas no Brasil declararam estado de emergência.
Todas as imagens são de autoria da Planet Labs.
Sobre a SCCON Geospatial
A SCCON é uma empresa brasileira de tecnologia do segmento Geoespacial e distribuidora da Planet no Brasil. O objetivo da SCCON é fornecer serviços e soluções que criem impacto positivo para os processos e resultados dos projetos em que participa e para a sociedade, ajudando seus parceiros e clientes em suas decisões para o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Este impacto positivo é proporcionado a partir da entrega ágil de informações geoespaciais precisas, atualizadas, via Plataforma SCCON, utilizando-se de processos automatizados, tecnologias, analytics, e metodologias inovadoras para gerar informações sobre as mudanças que ocorrem no espaço e no tempo, utilizando bancos de dados SCCON e monitoramento diário com imagens de satélite Planet de alta resolução cobrindo todo o Brasil.
